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Navegando entre Emoções e Algoritmos
As redes sociais se tornaram um universo complexo e dinâmico, onde a lógica tradicional nem sempre se mostra suprema. Compreender a lógica que permeia as interações e conteúdos nessa esfera virtual é crucial para navegarmos com discernimento e responsabilidade nesse mar de informações.
“A lógica é a ferramenta com a qual pensamos.” – René Descartes
Desvendando as Raízes Históricas
A busca por compreender a lógica da comunicação humana é antiga. Já na Grécia Antiga, filósofos como Aristóteles e Sócrates se debruçaram sobre a arte da argumentação e da persuasão, lançando as bases para o estudo da lógica formal. Essa jornada intelectual se estendeu por séculos, com contribuições de pensadores como René Descartes, John Stuart Mill e Gottlob Frege, que aprimoraram os sistemas lógicos e os métodos de análise.
“A lógica não é apenas a arte de raciocinar, mas também a arte de evitar o erro.” – Gottlob Frege
Com o advento da internet e a explosão das redes sociais, a lógica ganhou novas dimensões. Pesquisadores como Pierre Lévy e Manuel Castells exploraram a lógica da comunicação digital, destacando as características únicas da interação online e os desafios de se estabelecer um diálogo racional em um ambiente permeado por emoções, vieses e algoritmos.
“A internet é um novo espaço público, onde a lógica da comunicação tradicional precisa ser repensada.” – Pierre Lévy
Desvendando os Mecanismos da Lógica Social
“A lógica das redes sociais é lógica da ação coletiva.” – Duncan Watts
Diversas áreas do conhecimento se dedicam a desvendar os mecanismos da lógica social nas redes digitais. A sociologia investiga as normas e os valores que moldam as interações online, enquanto a psicologia explora os vieses cognitivos e as motivações que influenciam o comportamento dos usuários. A ciência da computação, por sua vez, desenvolve algoritmos para analisar e classificar o conteúdo das redes sociais, buscando padrões e tendências.
“As redes sociais são estruturas complexas, onde a lógica das relações interpessoais se entrelaça com a lógica dos algoritmos.” – Mark Granovetter
Estudos pioneiros de Granovetter, Katz e Lazarsfeld lançaram as bases para a compreensão das redes sociais como estruturas complexas, onde a lógica das relações interpessoais se entrelaça com a lógica dos algoritmos que determinam o fluxo de informação. Mais recentemente, pesquisadores como Barabási e Watts exploraram a natureza emergente das redes sociais, destacando o poder da lógica coletiva para moldar a opinião pública e influenciar eventos sociais.
“As redes sociais têm o poder de moldar a opinião pública e influenciar eventos sociais.” – Albert-László Barabási
Testando Hipóteses e Desvendando Comportamentos
Um estudo clássico de Stanley Milgram, o experimento do “mundo pequeno”, explorou a lógica da propagação de informações em redes sociais, demonstrando o poder dos “seis graus de separação”.
“O experimento do ‘mundo pequeno’ revelou o poder da lógica de rede na propagação de informações.” – Stanley Milgram
Pesquisas mais recentes utilizam plataformas digitais para realizar experimentos controlados, analisando como a disseminação de notícias falsas ou a exposição a determinados tipos de conteúdo afetam as atitudes e crenças dos usuários.
“As redes sociais são laboratórios vivos para estudar a lógica do comportamento humano.” – Duncan Watts
Colocando a Lógica das Redes Sociais em Prática
A lógica nas redes sociais tem diversas aplicações práticas que beneficiam tanto indivíduos quanto organizações. Uma das aplicações mais evidentes é no marketing digital. Empresas utilizam algoritmos para segmentar públicos-alvo e personalizar campanhas publicitárias.
Segundo Kotler e Keller (2012), a capacidade de entender e prever o comportamento dos consumidores nas redes sociais é crucial para o sucesso das estratégias de marketing. Essa personalização resulta em campanhas mais eficazes e um melhor retorno sobre o investimento.
Outra aplicação importante é na área da saúde pública. As redes sociais são usadas para disseminar informações sobre prevenção de doenças e campanhas de vacinação. Por exemplo, estudos de Vosoughi, Roy e Aral (2018) mostraram como as informações falsas sobre vacinas se espalham mais rapidamente do que as verdadeiras, sublinhando a necessidade de estratégias eficazes para combater a desinformação. As plataformas sociais oferecem uma maneira eficiente de alcançar grandes audiências com mensagens de saúde pública.
No campo da educação, as redes sociais são utilizadas para fomentar a aprendizagem colaborativa e a interação entre estudantes e professores. Na opinião de Dabbagh e de Kitsantas (2012), plataformas como Facebook e Twitter [X] podem ser integradas em ambientes de aprendizagem para promover o engajamento e a colaboração. Essas ferramentas permitem uma comunicação mais direta e imediata, facilitando a troca de informações e ideias entre os participantes.
A compreensão da lógica das redes sociais abre caminho para diversas aplicações práticas. Empresas utilizam a análise de redes sociais para mapear tendências de consumo, segmentar o público-alvo e direcionar campanhas de marketing de forma mais eficiente. Governos e ONGs empregam a lógica das redes para mobilizar a sociedade em torno de causas relevantes, disseminar informações de utilidade pública e promover o engajamento cívico.
Além disso, pesquisadores utilizam a lógica das redes sociais para modelar a propagação de doenças infecciosas, prever o comportamento de mercados financeiros e combater a disseminação de notícias falsas.
Exemplos de Aplicações e Projetos:
- Marketing de Influência: Empresas identificam influenciadores digitais com grande poder de alcance e engajamento em suas redes sociais para promover produtos e serviços.
- Combate à Desinformação: Organizações independentes utilizam algoritmos e técnicas de análise de redes para identificar e desmascarar notícias falsas disseminadas nas redes sociais.
- Mobilização Social: Movimentos sociais e ativistas utilizam as redes sociais para organizar protestos, coletar assinaturas para petições online e pressionar governos por mudanças políticas.
- Vigilância Epidemiológica: Autoridades sanitárias utilizam a análise de redes sociais para monitorar a disseminação de doenças infecciosas e identificar potenciais surtos epidêmicos.
- Educação Online: Plataformas de ensino à distância utilizam a lógica das redes sociais para criar comunidades virtuais de aprendizagem, promover a interação entre alunos e professores, e fomentar o compartilhamento de conhecimento.
- CrowdTangle: Ferramenta utilizada por jornalistas e pesquisadores para monitorar o desempenho de conteúdo nas redes sociais. Segundo estudos da Pew Research Center (2018), CrowdTangle permite analisar como as notícias se propagam e identificar padrões de compartilhamento.
- Botometer: Projeto desenvolvido pela Universidade de Indiana para detectar contas automatizadas (bots) no Twitter. Varol et al. (2017) destacam que a identificação de bots é crucial para manter a integridade das discussões online e combater a desinformação.
- Google Trends: Utilizado para analisar o volume de buscas sobre determinados tópicos em tempo real. De acordo com Choi e Varian (2012), o Google Trends oferece insights valiosos sobre os interesses e comportamentos dos usuários, que podem ser utilizados em diversas áreas, desde marketing até análise de opinião pública.
- Hootsuite: Plataforma de gerenciamento de redes sociais que permite monitorar e agendar publicações. Kotler e Keller (2012) mencionam que ferramentas como Hootsuite são essenciais para empresas que buscam otimizar sua presença online e interagir de forma eficiente com seu público.
- HealthMap: Projeto que utiliza dados de redes sociais para monitorar surtos de doenças em tempo real. Brownstein, Freifeld e Madoff (2009) afirmam que o HealthMap é uma ferramenta poderosa para a vigilância epidemiológica, permitindo respostas rápidas a emergências de saúde pública.
Razões de Ser das Publicações nas Redes Sociais
As publicações nas redes sociais têm várias razões de ser, refletindo as complexas motivações humanas e sociais. Primeiramente, as pessoas publicam para se expressar e compartilhar experiências pessoais. No entendimento de Goffman (1959), o ato de publicar pode ser visto como uma forma de apresentação do eu, onde os indivíduos controlam a impressão que desejam causar nos outros. Isso inclui compartilhar momentos importantes, opiniões e conquistas pessoais.
Em segundo lugar, as publicações nas redes sociais servem como um meio de conexão e manutenção de relações sociais. Boyd e Ellison (2007) argumentam que as redes sociais facilitam a construção e a manutenção de laços sociais, permitindo que as pessoas se mantenham conectadas apesar da distância física. Essas plataformas permitem interações contínuas e a troca de apoio social, reforçando os vínculos entre os usuários.
Além dos fatores lógicos, as publicações nas redes sociais são motivadas por uma série de razões que vão além da mera transmissão de informação. A necessidade de conexão social, a busca por autoafirmação e a construção de identidade digital são alguns dos principais motivadores para o compartilhamento de conteúdo online.
“A lógica das redes sociais não é apenas lógica da informação, mas também lógica da emoção.” – Joseph Walther
As emoções também desempenham um papel fundamental na lógica das redes sociais. Pessoas tendem a compartilhar conteúdos que provoquem reações emocionais nos seguidores, como raiva, indignação, compaixão ou alegria. A lógica do engajamento, baseada na curtidas, comentários e compartilhamentos, reforça a publicação de conteúdos que geram impacto emocional.
“Os algoritmos das redes sociais influenciam a lógica do que é publicado e consumido.” – Eli Pariser
Considere-se também que as publicações nas redes sociais são frequentemente motivadas por interesses profissionais e de networking. Segundo Granovetter (1973), as redes de contatos profissionais são cruciais para oportunidades de carreira e crescimento pessoal. As plataformas sociais permitem que os indivíduos ampliem suas redes de contatos, compartilhem conhecimento profissional e se posicionem como especialistas em suas áreas de atuação.
Por fim, é preciso considerar a influência dos algoritmos das redes sociais. Essas plataformas utilizam fórmulas complexas para selecionar e priorizar o conteúdo exibido para cada usuário, o que acaba moldando, em parte, a lógica do que é publicado.
Referências Bibliográficas
- BAKSHY, E.; ROSENN, I.; MARLOW, C.; ADAMIC, L. The Role of Social Networks in Information Diffusion. In: Proceedings of the 21st International Conference on World Wide Web. New York: ACM, 2012.
- Barabási, A. L. (2009). Linked: The hidden power of everything. New York: Plume Books.
- BOYD, D.; ELLISON, N. Social Network Sites: Definition, History, and Scholarship. Journal of Computer-Mediated Communication, v. 13, n. 1, p. 210-230, 2007.
- BROWNSTEIN, J. S.; FREIFELD, C. C.; MADOFF, L. C. Digital Disease Detection — Harnessing the Web for Public Health Surveillance. New England Journal of Medicine, v. 360, p. 2153
- Descartes, R. (1972). Meditações sobre a filosofia primeira, em que se demonstram a existência de Deus e a imortalidade da alma. São Paulo: Editora Unesp.
- Frege, G. (1984). The concept of number. Oxford: Oxford University Press.
- Granovetter, M. (1973). The strength of weak ties. American Journal of Sociology, 78(6), 1360-1380.
- Katz, E., & Lazarsfeld, P. F. (1955). Personal influence: A study of the diffusion of innovation. Glencoe, IL: Free Press.
- Lévy, P. (1997). A inteligência coletiva: o fim da memória individual? São Paulo: SESC.
- Milgram, S. (1967). The small world problem. Psychology Today, 2(1), 60-67.
- Pariser, E. (2011). The filter bubble: What the internet hides from you. New York: Penguin Books
- Walther, J. B. (1996). Computer-mediated communication: Impersonal communication revisited. Communication Research, 23(1), 22-43.
- Watts, D. J. (2006). Six degrees: The science of a connected world. New York: W. W. Norton & Company.
- Watts, D. J. (2011). People & power: Building moral markets and the mind of the mob. New York: Basic Books.
Nota: Parte do texto foi produzida em sinergia com IA.
Acelino Pontes
Formação Profissional: Bancário/contabilista (Banco do Nordeste do Brasil S.A. – Curso de Aprendizagem Bancária – CAB, Fortaleza-CE), Técnico em Rádio, Televisão e Eletrônica (Instituto Monitor, São Paulo).
Formação Acadêmica: Medicina (Fortaleza-CE, Berlim/Alemanha, Munique/Alemanha, Lisboa e Colônia/Alemanha), Filosofia (Munique/Alemanha, Colônia/Alemanha e Fortaleza-CE), Psicologia (Colônia/Alemanha), Direito (Fortaleza-CE) e Matemática (Fortaleza-CE).
Formação Coadjuvante: Biologia (Colônia/Alemanha), Sociologia (Colônia/Alemanha), Física (Colônia e Munique/Alemanha), Química (Colônia e Munique/Alemanha), Teologia (Fortaleza-CE e Colônia/Alemanha) e Medicina Veterinária (Munique/Alemanha).
Especializações
Medicina: Medicina Interna, Psicossomática, Hipnose Médica, Treino Autógeno e Informática Médica (Alemanha).
Psicologia: Psicanálise, Psicoterapia, Sexologia e Terapia Comportamental (Alemanha).
Filosofia: Filosofia da Matemática (UECE).
Pós-Graduação: Curso de Doutorado em Neurologia (Pesquisa Cerebral), Max-Planck-Institut für Hirnforschung, Colônia/Alemanha, Curso de Doutorado em Medicina Interna/Psicossomática, Rheinische Friedrich-Wilhelms-Universität Bonn (Bonn/Alemanha), Curso de Doutorado em Filosofia, Universität zu Köln (Colônia/Alemanha).
Atividades extras: Pesquisador, Professor, Jornalista Médico e Técnico-Científico, Dirigente do Esporte Amador.
Membro da Deutsche Gesellschaft für Innere Medizin – DGIM, da Deutsche Gesellschaft für Verhaltenstherapie – DGVT, Deutsche Gesellschaft für Sexualmedizin, Titular Fundador da Academia Cearense de Direito, membro do Conselho Consultor da Academia Brasileira de Direito, Fundador e Presidente da Academia Cearense de Matemática.
Professor visitante: Aachen (Technische Hochschule), Berlin (Freie Universität), Bielefeld, Bochum, Bonn, Düsseldorf, Hamburg, Hannover (Medizinische Hochschule), Heidelberg, München (Ludwig-Maximilian-Universität), São Paulo – SP (USP), Vitória – ES e Wiesbaden (Deutsche Gesellschaft für Innere Medizin – DGIM).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0002717896145507
Comentários
Usar as ferramentas em favor do aprendizado, assim inovando. Foi um pouco do que aprendemos hoje neste excelente momento de reflexão e aprendizado. (Aguinaldo Antonio Rodrigues) |
Parabéns professor (Ana Carolina Silva Caxone) |
excelente proposta (Cláudio Firmino Arcanjo) |
Excelente palestra. (Cláudio Lima da Silva) |
Bom demais só a nota poderia ser melhor (Darcimarcos Valerio Leite) |
Parabéns pelo tema e palestra. Muito interessante as dicas para se colocar em prática como forma de conquistar os estudantes. (Flávio Maximiano da Silva Rocha) |
Obrigada, professor Acelino pela excelente aula. (Francisca Maria Mendes de Souza Macedo) |
Prof Acelino sempre provocador!! (Francisco Isidro Pereira) |
Parabéns pela palestra, muito gratificante o aprendizado, obrigado! Parabéns! (Hailton David Lemos) |
Excelente (Ivanildo da Cunha Ximenes) |
otima aula! (João Marcos Soares Borborema) |
Excelente aula! Numa excelente discussão sobre como deve ser uma aula. (José Carlos Soares de Almeida) |
extraordinário. (José Jânio Ferreira dos Santos) |
Essa é uma das mais fantásticas aulas ministradas aqui, todos estão de parabéns. Obrigado Professor Acelino o senhor tem um conhecimento tremendo. Parabéns. (Joseano de Alencar Carvalho) |
Palestra muito esclarecedora (Lineu da Costa Araújo Neto) |
Obrigada professor Acelino pela oportunidade. Parabéns. (Lucia dos Santos Bezerra de Farias) |
Excelente aula!!!!!Mais uma vez parabéns Acelino. (Luiz José da Silva) |
Excelente Palestra! As Redes Sociais como ferramenta pedagógica! Parabéns Prof. Acelino! (Maxwell Gonçalves Araújo) |
Gratidão! (Sandro Alves de Azevedo) |
Melhor aula para mim até agora o prof. fez a gente participar e melhorar nosso posicionamento em sala de aula (Sara Silva da Vera Cruz) |