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O reforço escolar em matemática tem raízes profundas na história da educação. Desde os tempos antigos, a necessidade de auxílio extra para compreender conceitos matemáticos complexos tem sido reconhecida. O renomado matemático grego Euclides, autor dos “Elementos”, já enfatizava a importância do ensino individualizado para os alunos com dificuldades. No entanto, foi somente no século XIX que a ideia de reforço escolar começou a ser formalizada com o trabalho de Pestalozzi e Froebel, pioneiros na pedagogia e na concepção de métodos de ensino adaptados às necessidades individuais dos estudantes. Esses autores destacaram a importância de identificar as lacunas no aprendizado e preenchê-las de maneira personalizada. Essas ideias se refletem nas práticas contemporâneas de reforço escolar, que buscam abordagens adaptativas e individualizadas para auxiliar os estudantes a superar obstáculos na matemática.
Desde os anos de 1930, no Brasil, surgiram tensões entre a matemática como campo disciplinar e o ensino de matemática1. Inicialmente, os professores que ministravam cursos de matemática no ensino secundário eram, em sua maioria, engenheiros. Ao final dessa década, com o surgimento das faculdades de filosofia, começaram a surgir professores formados em matemática.
As tensões relativas ao ensino de matemática representavam embates entre professores com inserção no campo educacional e engenheiros sem afinidade com as discussões pedagógicas. No início do século XX, surgiu um debate público sobre a matemática e o ensino de matemática, voltado ao campo do exercício da docência em matemática. Na segunda metade do século XX, essa tensão se intensificou com a criação de cursos de pós-graduação. As disputas se acirraram em relação às publicações sobre o ensino de matemática.
Aspectos Científicos
O reforço escolar é uma ferramenta didática facilitadora no processo de ensino e aprendizagem. Ele é visto como um espaço para superação de dificuldades em matemática. O reforço escolar pretende melhorar o rendimento escolar dos alunos via uma intervenção com jogos e materiais concretos.
Assim pode-se constatar que a educação matemática tem um breve histórico, com ações implementadas e questões sobre sua disciplinarização. A formação de professores é vista como o pilar de todas as reflexões feitas no âmbito educacional. O reforço escolar em matemática é uma proposta alternativa para melhorar o rendimento escolar dos alunos. A importância da aula de reforço de matemática não deve ser subestimada. Ela participa da formação curricular básica das crianças e um lapso nesse conhecimento pode prejudicar tudo que segue. O reforço escolar em matemática é uma ferramenta didática facilitadora no processo de ensino e aprendizagem.
Do ponto de vista científico, a eficácia do reforço escolar em matemática é amplamente respaldada pela psicologia da educação e pela pedagogia. Vygotsky, um dos principais teóricos da aprendizagem, enfatizou a importância da zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que representa a diferença entre o que um aluno pode fazer sozinho e o que pode fazer com a ajuda de um tutor qualificado. Esse conceito é fundamental no reforço escolar, onde o tutor pode fornecer suporte personalizado para elevar o desempenho do aluno.
Outra abordagem científica que respalda o reforço escolar em matemática é a teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel. Ela postula que a aprendizagem é mais eficaz quando os novos conhecimentos se conectam de maneira significativa com o conhecimento prévio do aluno. Isso reforça a necessidade de personalização do ensino, permitindo ao tutor ajustar seu método às necessidades específicas de cada aluno.
Aspectos Experimentais
O projeto “Reforço Escolar em Matemática” foi desenvolvido por bolsistas do subprojeto de Matemática do PIBID/UEMS, realizado em uma das escolas parceiras do PIBID. Durante o ano de 2015, foi oferecido o reforço a aproximadamente vinte alunos. Os dados foram obtidos por meio de observação em sala de aula, questionário e entrevista.
Já o projeto “Reforço Escolar em Matemática” recebeu a atenção do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Caxias do Sul, no ano de 2017. Foram desenvolvidas oficinas de Matemática, as quais foram aplicadas com turmas de Ensino Fundamental de duas escolas municipais da comunidade local do Campus. Com este trabalho, os estudantes do curso de Licenciatura em Matemática vivenciaram práticas de ensino de Matemática, contribuindo para a construção de seu itinerário formativo.
Enquanto o projeto “Reforço Escolar: Uma Ferramenta Didática Facilitadora no Processo de Ensino e Aprendizagem” foi desenvolvido por Ádilla Naelly Silva Faustino Andrade et al. na E.M.E.I.E.F Crispim Coêlho, localizada no município de Cajazeiras/PB. O objetivo desse trabalho era compartilhar resultados do projeto de reforço escolar desenvolvido por bolsistas do subprojeto de Matemática do PIBID/UEMS.
A experimentação desempenha um papel crucial no desenvolvimento de métodos eficazes de reforço escolar em matemática. O uso de tecnologias educacionais, como softwares de aprendizado adaptativo, permite coletar dados sobre o desempenho dos alunos e ajustar o ensino em tempo real. Além disso, a pesquisa experimental tem mostrado que a tutoria individualizada tem um impacto positivo no desempenho dos alunos em matemática. Estudos controlados têm demonstrado consistentemente que o reforço escolar pode melhorar significativamente a proficiência matemática dos alunos.
Autores como Bloom, em seu estudo sobre a aprendizagem individualizada, e Hattie, em suas pesquisas sobre o efeito da tutoria, fornecem evidências sólidas da eficácia do reforço escolar em matemática por meio de métodos experimentais.
O reforço escolar em matemática é aplicado de diversas maneiras para atender às necessidades dos alunos. Um exemplo prático é o uso de tutores particulares, que oferecem assistência individualizada em casa ou em centros de reforço. Além disso, escolas e instituições educacionais frequentemente implementam programas de reforço durante e após o horário escolar, visando auxiliar os alunos com dificuldades matemáticas.
Outra aplicação prática notável é o desenvolvimento de softwares e aplicativos de aprendizado de matemática, que adaptam o conteúdo segundo o progresso de cada aluno. Essas ferramentas tornam o reforço mais acessível e podem ser usadas em casa ou na escola.
Em um contexto mais amplo, a intervenção precoce com reforço escolar em matemática tem o potencial de reduzir as taxas de evasão escolar e melhorar a preparação dos alunos para o ensino superior e o mercado de trabalho.
Referências Bibliográficas
Aguiar, M. (2010). “História do Ensino da Matemática: Reflexões Preliminares.”
Andrade, Ádilla Naelly Silva Faustino et al. O reforço escolar: uma ferramenta didática facilitadora no processo de ensino e aprendizagem.
Andreis, Greice da Silva Lorenzzetti; PELISSARI, Daniela. Reforço de matemática por meio de oficinas: uma experiência com a comunidade.
Ausubel, D. P. (1968). “Educational Psychology: A Cognitive View.”
Bloom, B. S. (1984). “The 2 Sigma Problem: The Search for Methods of Group Instruction as Effective as One-to-One Tutoring.”
Froebel, F. (1826). “The Education of Man.”
Hai, Alessandra Arce; NERY, Ana Clara Bortoleto. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA – SciELO – Brasil. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ccedes/a/WqGFqF5P5BxGJ9TMtC4Jnpy/
Hattie, J. (2009). “Visible Learning: A Synthesis of Over 800 Meta-Analyses Relating to Achievement.”
O’Donnell, A. M., & King, A. (2014). “Cognitive Perspectives on Peer Learning.” In Handbook of Cognitive Science: An Embodied Approach.
Pestalozzi, J. H. (1801). “Wie Gertrud ihre Kinder lehrt.”
Silva, José Jorge de Souza et al. O reforço escolar: uma ferramenta didática facilitadora no processo de ensino e aprendizagem.
Slavin, R. E. (2014). “Cooperative Learning and Academic Achievement: Why Does Groupwork Work?” In Psychological Science in the Public Interest.
Vygotsky, L. S. (1978). “Mind in Society: The Development of Higher Psychological Processes.”
Nota: Parte do texto foi produzida em sinergia com IA.
Roberto Jose Medeiros Júnior
- Pós-Doutor em Psicologia pela Universidade Argentina John F. Kennedy no ano de 2019.
- Doutor em Psicologia Social (área de concentração: técnicas de processamento Estatístico, Matemático e Computacional em Psicologia) pela Universidade Argentina John F. Kennedy no ano de 2017 (Doutorado revalidado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2020).
- Mestre em Educação, na área de concentração Educação, Cultura e Tecnologia – linha de pesquisa Educação Matemática pela Universidade Federal do Paraná (2007).
- Possui graduação em Matemática (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade Tuiuti do Paraná (2000); Tecnólogo em Gestão Pública UFPR/IFPR (2009);
- Especialização em Educação Matemática e Tecnologias pela Universidade Tuiuti do Paraná (2001); Especialização em Tutoria à Distância pela FACINTER (2008).
- Atualmente é professor Titular de Matemática do Instituto Federal do Paraná (IFPR) campus Curitiba.