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Nathan de Souza
Graduando em Matemática Bacharelado pela Universidade Federal do Ceará – UFC. Jovem Pesquisador na Academia Cearense de Matemática – ACM. Menção Honrosa (2016) – Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), Instituto de Matemática Pura e Aplicada – IMPA. Menção Honrosa (2017) – Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), Instituto de Matemática Pura e Aplicada – IMPA. Medalha de Bronze (2018) – Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), Instituto de Matemática Pura e Aplicada – IMPA. Medalha de Ouro (2018) – Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), Sociedade Brasileira de Astronomia – SAB. Destaque Jovem Pesquisador’2019, pela Academia Cearense de Matemática-ACM. Homenagem (2019) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará – ALCE.
“A arte de fazer matemática consiste em achar aquele caso especial no qual haja todos os germes de generalidade.”
David Hillbert (1862-1943), Mathematical Maxims and Minims, de Nicholas J. Rose. Raleigh (EUA): Rome Press, 1988.
O que David Hillbert disse é o que sintetiza com muita precisão grande parte das descobertas matemáticas. Muitas das vezes, grandes áreas e conhecimentos matemáticos surgem quando você se prende à um problema específico e, após resolvê-lo, uma ideia geral baseada nesta solução, assoma.
Hillbert foi um matemático alemão de grande prestígio e possui até axiomas que levam seu nome, entretanto, o prestigiado deste texto é outro matemático: Leonhard Euler (1707 – 1783). Na cidade de Königsberg (hoje Kaliningrado), onde Hillbert nasceu, Euler resolvera um problema muito famoso acerca das pontes da cidade. Um rio corta a cidade em quatro massas de terra conectadas por sete pontes. O problema era: é possível passar por todas as pontes sem repetir nenhuma?
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Euler foi um matemático de currículo extenso, deu incontáveis contribuições em outros incontáveis ramos da matemática. Em Königsberg, Euler tomou conhecimento do problema das sete pontes e após pensar e desenhar alguns diagramas, resolveu o problema.
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Mas o quê tem de tão especial nisso? Ao resolver o problema, para facilitar a visualização, Euler simplificou o problema com um diagrama bem diferente. Ele transformou as quatro massas de terra em pontos e as pontes em linhas que conectavam esses pontos.
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Depois de fazer este diagrama, Euler se deu conta de um fato e resolveu o problema: não é possível passar por todas as pontes sem repetir nenhuma! Sem entrar nas ponderações do problema, o que de fato importa é o diagrama, que é considerado o primeiro resultado na Teoria dos Grafos.
Grafos, sobretudo, nos ajudam a visualizar dados e as relações entre estes dados. No caso de Euler, os dados eram as massas de terra e as relações eram as pontes, mas é possível montar este mesmo esquema para qualquer outra coisa: pessoas e as relações de amizade entre elas em uma rede social; relação entre números; cálculos de percursos, dentre outras inúmeras aplicações.
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Grafos, em essência, são tabelas que informam objetos e quais as relações entre esses objetos. Os pontos e linhas servem exatamente para visualizar e verificar possíveis meios para resolver um determinado problema. É um excelente exemplo de casos particulares que nos ajudam a generalizar ferramentas para solução de problemas.